Hoje vou contar sobre minha chegada em Cusco e os passeio que fiz pela região. Mas antes de começar, vou tentar explicar um pouco como tudo funciona, porque essa foi uma tarefa meio confusa até mesmo pra mim, já estando lá.
Cusco, em Quíchua (língua falada pelos Incas) significa o umbigo do mundo, ou seja, onde tudo se concentra e se conecta. Portanto a maior parte das ruínas dos povos incas e pré-Incas estão em Cusco e seus arredores, assim como as marcas dos conquistadores espanhois, na presença de muitas igrejas e referências da religião cristã.
Então você pode imaginar que ruínas e belezas naturais são extremamente exploradas pelo turismo local, por isso mesmo é que tudo, absolutamente tudo, é pago. Para entrar nos principais parques você precisa, antes de qualquer coisa, comprar o Boleto Turistico – Ticket que se deve apresentar na entrada das atrações para poder entrar, vão furar o local correspondete pra você não poder entrar duas vezes sem pagar a segunda. Também é possível comprar entradas avulsas, assim que chegar ao local, mas vai sair bem mais caro que comprar tudo de uma vez.
Além do boleto, também é necessário adquirir condução e guia separadamente. Você pode ir sozinho, mas não recomendo, pois sem uma pessoa contando a história e magia do local, vamos só ver um monte de pedras e ficar boiando. Conseguir isso é fácil, tem dezenas de agências turísticas espalhadas pela cidade que fazem esse serviço. Eu comprei direto no hostel, tinha uma pequena agência no pavimento principal, os preços eram melhores que das agências que perguntei e o ônibus saía de um ponto quase em frente a entrada do hostel.
Dito isso, vou passar pras minhas primeiras experiências na cidade 🙂
A cidade é muito alta, percebi isso logo na chegada pelo incômodo ao andar e respirar. Não é nada insuportável, mas subir um lance de escada me cansou como se fosse uma escada infinita rs. Além do cansaço e falta de fôlego, podemos sentir dores de cabeça, náuseas e disfunção do trato intestinal. Só que com alguns cuidados nada disso vai acontecer: eles usam e abusam da folha de coca em chás, balas e ela própria para mascar; a folha de coca tem propriedades que evitam o temido Soroche ou Mal da Altitude e vão te fazer sentir bem melhor. Além disso, tire o primeiro dia para ambientação, não marque nada no roteiro, vá só andar um pouco pelo centrinho da cidade, que é minúscula. Coma coisas leves, como alguma sopinha ou prato de quinoa, que costuma cair bem, tome muita água, não se esforce e evite ao máximo tomar álcool. Na manhã seguinte já vai estar tudo ótimo pra começar o divertimento! 🙂
Fiquei no mesmo hostel de Lima, Pariwana. Esse é bem mais legal, uma casa colonial de mais de 400 anos, com um pátio enorme e com uma vibe maravilhosa!
O primeiro dia, como citei, fiz somente ambientação, tomei uma sopinha de legumes e um suquinho de lúcuma, fruta popular por lá. André comeu uma massa vegetariana e tomou a famosa Chica Morada, bebida feita a partir do maíz morado, um milho roxo escuro. A chica é uma delícia, vale a pena pedir!
Passeamos um pouquinho pela Praça de Armas e, ao anoitecer, comemos numa confeitaria lindinha, La Valeriana, com doces muito bons e preços ótimos. Experimente o Tres Leches, simplesmente maravilhoso.
Para o dia seguinte já separamos visitas a sítios arqueológicos. Os principais passeios são: City Tour, Vale Sul, Maras/Moray e Vale Sagrado. Cada um deles dura metade de um dia e o ônibus passa por vários lugares.
Pra quem curte história, o circuito fica legal na ordem que descrevi acima, mas como nem tudo são flores, não estaria disponível essa ordem para as datas que eu precisava. Por isso, minha primeira parada foi Vale Sul.
O Vale Sul Passa por Tipón, uma amostra ainda em funcionamento da engenharia hidráulica dos povos andinos. É inacreditável ver a engenhosidade daquele sítio, foram unidos vários lençois freáticos e a água direcionada para varias calhas que se separam e se juntam, na intenção de tornar a água própria para consumo. Insano!
Depois de lá, fomos para Pikillacta, a primeira cidade organizada da era, com praça central, ruas e bairros. O nome significa cidade das pulgas, referência a estatura daquele povo.
Também visitamos Andahuaylillas, que é uma igreja barroca toda construida por andinos. Infelizmente não é permitido fotografar lá dentro, mas vale a pena!
Voltamos pouco depois da hora do almoço e fomos ao restaurante Limo, na praça de Armas de Cusco. É um restaurante mais refinado, com preços mais altos, mas a comida vale muito a pena. Comemos ceviche e umas bolinhas de mandioca com queijo, que eu não lembro como chamava. Para beber foi Pisco Sour e uma limonada maravilhosa com côco, recomendo fortemente tudo, principalmente as bebidas!
Fomos também conhecer a famosa pedra de 12 ângulos. Segundo a tradição, se você não visitar a tal pedra sua ida a Cusco não significou absolutamente nada!
Dica: quando for ver a pedra não deixe nenhum local vir te explicar sobre ela ou qualquer outra coisa, pois se você ouvir, ele te cobrará pelo menos 10 soles de ‘propina’…
Aproveitamos pra dar uma passeada pela praça de armas, estava acontecendo desfiles lindos, já que era a semana do Inti Raymi, festa mais importante de Cusco que celebra o deus sol.
A bandeira colorida é o símbolo de Cusco e, como um dos guias me explicou, é diferente da bandeira LGBT pois as cores estão em lugares diferetes e a cusquenha tem o branco.
Como foi nosso primeiro dia de caminhada nos parques, porque olha… a gente anda nesses passeios (como anda!), estávamos exaustos e ficamos pelo hostel a noite e dormimos cedo.
Pra não deixar o post muito longo, vou deixar 2 dias para cada post, ok?
O que você está achando da minha viagem? Me conta nos comentários!
Beijos!
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