ADOTAR É TUDO DE BOM – OU QUANDO MINHA VIDA MUDOU
Falando sobre: Cachorro, CotidianoQuem me conhece ou me acompanha no Youtube já sabe que tenho duas cachorrinhas e, que ambas, foram adotadas. E também deve saber o quanto eu bato na tecla da adoção responsável (sim, porque além de adotar tem que estar ciente de toda a responsabilidade).
Mas nem sempre foi assim… Até a Laurinha me encontrar, eu não tinha a menor intimidade com cachorro, até achava fofo, mas na casa dos outros. E os vira-latinhas na rua? Esses eu mal conseguia ver 🙁
Tive uma cachorrinha na infância, a Jasmin. Ela veio a falecer por algumas doenças e complicações devido ao uso de anticoncepcional injetável e nunca ter ido ao veterinário.
Não consigo culpar minha família por isso, nós éramos muito humildes e ignorantes quanto aos cuidados de um cãozinho. Ainda estava longe de nós as informações de que o bichinho precisa de médico quando fica doente e que a solução para filhotes indesejados é a castração. Mas vamos falar desses pontos em outro post.
Bom, vamos voltar pra quando Laura nasceu na minha vida. Há quatro anos atrás, eu sempre saía bem cedo pra trabalhar e, numa manhã qualquer percebi um cachorrinho preto no portão de casa. O bairro que morava com a minha mãe era bem retirado e, infelizmente, as pessoas deixam seus bichinhos soltos. Por esse motivo achei que era de alguém e segui meu rumo.
Mais uma manhã chegou e o cachorrinho continuava alí. Na terceira manhã eu já estava preocupada, mas não sabia o que fazer.
A noite começou a chover forte então resolvemos colocar o cachorrinho pra dentro.
Esse cachorrinho era a Laura. E é por isso que eu digo que ela me encontrou e, mais que isso, ela não desistiu de mim e esperou o meu tempo pra conseguir deixá-la entrar na minha vida.
Ela estava dura de medo, mal se mexia, com muito custo se escondeu num cantinho da lavanderia. Devia ter por volta de 7 meses, mas já tinha sentido toda a maldade do mundo humano. Tinha sido abandonada, jogada em um córrego, ‘adotada’ por um monstro que espancava toda vez que ela fazia xixi (?). Mas o universo conspirou pra ela me mostrar um mundo novo e ter a chance de ter uma vida confortável, depois de ter sobrevivido a tanta coisa.
Laura me mostrou um mundo novo, um mundo onde não importava o quão mal me sentisse ou o quão irritada ficasse com ela: eu seria recebida com muita alegria, pulos e lambidas!
Ela me ensinou a ter mais coração e a ser mais feliz com a minha própria vida. Aprendi que amor pode vir de qualquer jeito e em qualquer lugar, mas se tiver patinhas, posso ter certeza que é o amor mais puro que existe.
Parece que minha venda caiu, passei a perceber outros bichinhos abandonados e meu coração começou a quebrar por cada um que eu não podia ajudar.
O tempo passou, muita coisa mudou e as necessidades da Laurinha mudaram um pouco. Viemos morar num apartamento e, apesar dos dois passeios diários, ela parecia triste o tempo todo.
Foi aí que percebi que precisava aumentar a família. Passei a mudar a rota dos finais de semana, pra passar nas feirinhas de adoção.
Mas a tarefa estava difícil, já que Laura não é muito amigável com cachorros machos e morre de medo de cães maiores que ela.
Já estava a ponto de desistir, mas não contava com a sabedoria do destino… Minha mãe soube de uma cachorrinha bebê, que estava sofrendo de maus tratos. Passava fome, era espancada diariamente, além de estar sendo ‘guardada’ para ser matriz em alguns meses.
Ela foi resgatada, mas não tinha pra onde ir e ia acabar na rua. Sim, essa era a Frida.
Foi muito difícil a adaptação da Frida em nossa casa, ela tinha medo de qualquer movimento e a defesa que ela tinha era morder. Pra colocar coleira ela mordia, pra dar comida, mordia também. Às vezes, só de passar perto dela eu era surpreendida por uma mordida.
Mas lembra o que eu disse sobre a entrada da Laura nessa família? Sim, o amor pode vir de qualquer jeito. E o da Frida estava escondido no meio do medo que ela sentia das pessoas. E foi o meu amor que tirou o medo dela, com muita paciência e carinho.
Em alguns meses ela começou a entender que não precisava se defender mais e foi percebendo que colocar coleira resultava em passeio, que a roupinha deixa quentinha e que nunca mais nada de mal iria acontecer com ela.
Com três meses em casa, pela primeira vez ela me pediu colo. Peguei bem devagar, porque mesmo querendo carinho, ela ainda estava receosa e tremia. Nesse dia eu chorei, não imaginava como podia ser gratificante o resultado do esforço que estava sendo reverter todo o mal que ela tinha vivido. Foi nesse dia que eu vi o que o amor pode fazer por um bichinho e o quanto ele pode te pagar de volta tudo isso.
Laura e Fridinha ganharam uma chance de vida, mas as consequências que isso ecoou mudaram a minha vida pra sempre.
Se quer saber, a presença das meninas faz muito mais bem pra mim do que qualquer coisa que eu possa fazer por elas.
Duvida? Vou te dar o exemplo mais forte de todos: eu tive depressão e minha família estava a ponto de acabar. Laura restaurou a minha alegria de viver e trouxe a harmonia que não existia mais em minha casa.
Parece mentira, mas ela é a grande responsável pela vida que tenho hoje.
Um focinho gelado e um lambeijo de bom dia podem fazer muito mais do que você imagina. É um remédio santo pra acabar com o mau humor matinal e ajuda a curar até depressão! Quando você menos esperar seu cãozinho vai confortar seu coração <3
Sabendo o quanto você pode mudar a vida de um ‘catioro‘ que só conheceu crueldade e que, não importa de onde ele venha, sua vida também vai mudar pra muito melhor, por que comprar?
O bichinho vai amar você sendo ele do pet mais caro da cidade ou vindo da rua, isso não tenho dúvidas. Mas a chance de mudar a vida de uma criatura que só conheceu o lado mau do mundo, você só vai ter adotando!
Adotar é um ato de amor, com o bichinho e com você mesmo. Te garanto que você vai ser tão feliz, como eu estou sendo 🙂
Você tem cachorrinhos? Eles foram adotados? Me conta aqui!
Beijo!